quinta-feira, 30 de dezembro de 2004

Degraus



Agora que vem aí um ano novo (são só mais dias) é costume olhar-se para trás e fazer-se resoluções para o futuro.
Esta foto? Acho que umas escadas se podem comparar aos dias e, consequentemente, à vida, dia após dia. Às vezes tropeçamos, outras subimos dois degraus de uma vez, outras ainda nos esquecemos de alguma coisa num degrau e voltamos atrás... E assim vamos vivendo, degrau após degrau... É claro que esta é uma visão reducionista da coisa (também chamada de vida). Mas mesmo assim, espero que todos os dias das nossas vidas sejam uma escada bonita, com algumas partes em caracol e com degraus baixinhos, fáceis de subir. E espero, principalmente, que a subida nos dê muito prazer.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2004

Before Sunrise

"Can the greatest romance of your life last only one night?"





"If there's any kind of magic in this world, it must be in the attempt of understanding someone, sharing something. I know, it's almost impossible to succeed, but... who cares, really? The answer must be in the attempt."


A primeira vez que vi este filme tinha cerca de 16 anos. Acho que não poderia ter havido uma melhor idade para ver um filme assim.
Um gajo e uma gaja conhecem-se num comboio e passam uma noite em Viena.
É só isto e já é isto tudo. Duas personagens: um jovem norte-americano - Jesse (Ethan Hawke) - e uma rapariga francesa - Celine (Julie Delpy). Podia ter sido qualquer pessoa. Isso é uma das coisas que me fascina no filme, é que podia ter sido eu, ou o meu vizinho do lado, ou o vizinho dele. São pessoa normais, com vidas normais, cheias de sonhos, desilusões, medos, vergonha, amor para dar... Conheceram-se num comboio, sim, num comboio, o sítio ideal para conhecer pessoas. Não, não foi num avião.
Passam 14h em Viena, na rua, em transportes públicos, cafés, numa discoteca (aquelas que vendem discos), num parque de diversões, num cemitério, numa igreja, num jardim...
O filme fala de amor, tema já abordado por milhares de filmes. O que o distingue dos outros? Bem, quase tudo, acho que o próprio amor. A simplicidade do próprio amor. A sinceridade, hoje em dia difícil de encontrar, necessária ao próprio amor. E não consigo deixar de escrever a palavra amor em todas as frases, já que o filme transborda amor, em todas as suas vertentes.
Os diálogos de Jesse e Celine (posso tratá-los assim, conheço-os tão bem) são absolutamente brilhantes. As ideias, os ideiais, a forma de ser e de estar de quem ainda acredita na vida e no amor.

Celine: If there's any kind of magic in this world, it must be in the attempt of understanding someone, sharing something. I know, it's almost impossible to succeed, but... who cares, really? The answer must be in the attempt.

Celine: We're all happy and free as long as I can fuck as much as I want.

Celine: No, then it sounds like a male fantasy. Meet a French girl on the train, fuck her, and never see her again.

Celine: You know, I have this awful paranoid thought that feminism was mostly invented by men so that they could like, fool around a little more.

Jesse: I don't know, I think that if I could just accept the fact that my life is supposed to be difficult. You know, that's what to be expected, then I might not get so pissed-off about it and I'll just be glad when something nice happens.


A forma como as duas personagens se vão relacionando ao longo da noite, à medida que se vao conhecendo melhor, que a noite avança e o tempo para ficarem juntos começa a diminuir.

Celine: You know what I want?
Jesse: What?
Celine: To be kissed.
Jesse: Well I can do that.

Os olhares.

Celine: I like to feel his eyes on me when I look away.

A nova vertente de pedinte!!! (passei o poema aqui)


Amanhece. Voltam à vida real.

'The years shall run like rabbits,
For in my arms I hold
The Flower of the Ages,
And the first love of the world.'

W. H. Auden


O filme é de 1995 e o realizador, Richard Linklater, ganhou o Urso de Prata de Berlim.

terça-feira, 21 de dezembro de 2004

Snail

All your seven dreams
Look close, son, and you'll believe
As your things come undone
See you are the only one

Flower, seize the hour I did
I wait
Waiting, waiting for your wake
I'll wait

When you wake up you're all weak
Throwing your life away
Someday, sorry coming home
Sorry snail
What you wait for

Flower, the pain will wash away, away
When the sun shines
Climbs through your window into your bed

When you wake up you're all weak
Throwing your life away
Someday, sorry coming home
Sorry snail
Down in my heart

Flower save the hours
Flower away

What you wait for
Flower chase the sunshine
Flower chase the sunshine
Flower



      The Smashing Pumpkins

      domingo, 19 de dezembro de 2004

      O Principezinho

      Que personagem sou eu?

      pilot.
      You are the pilot.


      Saint Exupery's 'The Little Prince' Quiz.
      brought to you by Quizilla

      quarta-feira, 15 de dezembro de 2004

      Constança

      Estou tão orgulhosa...

      quarta-feira, 27 de outubro de 2004

      É assim que tem de ser?

      Acho que, tirando as recordações, tudo acaba por ser esquecido...
      As pessoas vêm e vão nas nossas vidas... as paixões, os amores e até as amizades. As amizades... estas transformam-se num "olá, tudo bem?". Melhores amigos deixam de o ser, são agora conhecidos, ou quase nada. Ora, se calhar, é o ciclo da vida, é assim que tem de ser.
      Não sei... a mim assusta-me saber que vou cair no esquecimento e que vou esquecer. Que já esqueci. Que já fui esquecida. Não consigo deixar de me assustar... Acho que a palavra é "transitoriedade" (que, aliás, eu adoro).
      Sinto que, neste momento, estou a perder pessoas de quem gosto, e que estou a ser perdida... Mas nem tudo é mau, vêm outras pessoas e, apesar de não serem totalmente satisfatórios, os reencontros (alguns) vestem-se de uma magia apaziguadora (ou não, se provocarem mais constrangimento que prazer).
      Pois é... parece-me que o saldo não é positivo...
      Que fazer? Trabalhar para evitar o afastamento (ou esquecimento) ou aceitar o facto de que, se calhar, é o ciclo da vida? Acho que a resposta está noutra pergunta. Afinal, o que queremos? Esquecer, afastar-se, ou manter laços para sempre? Antes de se saber o que se vai fazer, tem que se decidir o que se quer.
      Quero-te para sempre? É assim que tem de ser?

      segunda-feira, 18 de outubro de 2004

      "You Stupid Man"

      Quantas de nós já não utilizaram ou tiveram vontade de utilizar esta expressão?

      sábado, 18 de setembro de 2004

      O Tempo

      Fiz uma série de resoluções...
      Bem, foram só 3, uma fácil, uma muito díficil e uma ainda incerta e enevoada.
      Tenho vindo a adiá-las há um tempo, a pensar que fica pra depois, daqui a uns tempos...
      Mas não quero adiar mais, quero que o momento ideal seja agora, aproveitar todo tempo que tenho, antes que ele me pregue uma partida...


      Excerto de "As I Walked Out One Evening ", escrito em 1937

      "The years shall run like rabbits,
      For in my arms I hold
      The Flower of the Ages,
      And the first love of the world.

      But all the clocks in the city
      Began to whirr and chime:
      O let not Time deceive you,
      You cannot conquer Time."

      W. H. Auden

      quarta-feira, 15 de setembro de 2004

      Audição

      Ao som de Sigur rós – ( )

      Hoje escrevo sobre o próximo sentido - a audição. E ainda bem que este pequeno momento de escrita decorre ao som de um tão brilhante e genial som. Assim, escreverei de outro sítio qualquer, outro mundo, outro ser...

      Such are promises, all lies and jest.
      Still a man hears what he wants to hear
      and disregards de rest.
      Simon & Garfunkel
      O que é que eu gosto de ouvir?
      Ora, toda a gente sabe - Música!! Dever-me-ei perguntar então "O que é música para os meus tão delicados ouvidos?".
      Ohhhhhhh
      O maaaar, as ondassss a bater nas rochas, a espuma das ondas, as gaivotas.
      As gotas, gotinhas e gotonas das chuva, a chuva, a chuvinha e a chuvona, a caírem no alguidar cheio de água, no mar, nos vasos das flores, a descerem a rua, a baterem na minha janela.
      A primavera, os passarinhos, as andorinhas e os pardais, a rola, o canário e o periquito.
      Um bater de porta, um toque de campaínha, os passos de quem chega, um telefone, um telemóvel a tocar, na hora certa.
      Os cânticos que acompanham os orgãos nas igrejas, os sinos e os relógios que anunciam algo.
      O Artémis a miar, a ronrrrrrronarrrrrr e a fazer uma série de outros sons que não sei o nome, que me levam ao céu.
      Um beijo, um susssssurro, um gemmmmido de prazerrrr, os sons do amor.
      Palmas, uma faca num copo, a mão numa perna ou numa mesa, um asssssobio de um dedo que gira num copo de cristal.
      Um segredo. Um elogio.
      Um comboio a chegar ou a partir da estação.
      A palavra Goooooooooooolo.
      O meu nome, excitado, calmo e sereno.
      A voz de quem gosto.
      Música...

      terça-feira, 14 de setembro de 2004

      I Wish

      o que me chateia mesmo é a falta de tempo
      eu vou a um site com um milhão de links
      cada um com outro milhão de links
      e eu sei que não posso ver todos e queria
      e depois tenho que escolher
      e nem sempre escolho bem
      e detesto tomar decisões
      e estou farta disto tudo!
      e também queria falar francês, e chinês, e alemão
      e queria saber desenhar e pintar
      e também quero tocar bateria, harpa e gaita de foles
      e quero ter tempo pra ouvir todas as músicas do mundo!
      e que me saia a lotaria
      e ir ao Japão e comprar tudo o que só há lá
      e queria que o Japão fosse já aqui ao lado
      ah, e também quero que o Artémis comece a falar!
      e sim, sei que não estou doida
      só quero dizer tudo o que quero dizer

      uh, que post excelente!

      Delusion angel by David Jewel

      O meu filme preferido é o Before Sunrise.

      Daydream, delusion, limousine, eyelash
      Oh baby with your pretty face
      Drop a tear in my wineglass
      Look at those big eyes
      See what you mean to me
      Sweet-cakes and milkshakes
      I'm delusion angel
      I'm fantasy parade
      I want you to know what I think
      Don't want you to guess anymore
      You have no idea where I came from
      We have no idea where we're going
      Latched in life
      Like branches in a river
      Flowing downstream
      Caught in the current
      I'll carry you
      You'll carry me
      That's how it could be
      Don't you know me?
      Don't you know me by now?

      quinta-feira, 2 de setembro de 2004

      Eternidade

      Lembro-me dos candeeiros da Nazaré. Aquela luz fosca laranja colada à parede das casas. A luz pálida que entrava nas janelas, protegidas apenas por um cortinado de flores de um tecido barato. Cortinados de flores com anos, testemunhas de dias prazerosos de praia. Os candeeiros de luz laranja das ruas da Nazaré. Aquelas ruas pequenas com calçada de pedras irregulares, polidas pelos passos das varinas. Calçada que fede a peixe e dejectos caninos. Espinhas abandonadas, dispersas nos intervalos das pedras. Pequenas travessas que unem as ruas compridas que vão dar à praia. Areia e mar. Cheiro a peixe que seca nos passeios da praia. Marginal que fede a peixe aberto ao meio que seca ao sol. Sorvetes de cones cobertos da fuligem do escape dos carros. Sorvetes de morango e baunilha. Chocolate e baunilha. Sorvetes que derretem no longo caminho até à barraca. Barracas de pano cru. Às riscas. Liso. Que fecham à hora do almoço, guardando segredos e pertences. Uma muda de roupa. Um beijo escondido. Urina e fezes de crianças enterradas na areia. Castelos que não levamos para casa. Que as ondas levam. Que um cão pisa. Que um humano destrói na tentativa de imortalidade. A Nazaré. Infância tornada eternidade.

      sexta-feira, 20 de agosto de 2004

      Prazeres

      Um dos grandes prazeres da vida é ouvir o nosso gato (ou o gato que nos escolheu para sermos o seu humano) ronronar! Sabê-lo feliz e, consequentemente sermos tb felizes. A vida tem mtos prazeres (às vezes, viver é uma coisa boa!): os naturais e instintivos, outros socialmente aprendidos, uns para toda a gente, outros só para alguns, universais, culturais, individuais, a dois, a três, grupais, entre outros.
      Pois é, o meu gato, uma fonte de prazer... Chamo-lhe Artémis. É linduuuuu.
      ohhhhhhh e qd ele se espreguiça...... hummmmmmmmmmmmmm!
      OBRIGADA ARTÉMIS!!!!!!!!!

      quinta-feira, 19 de agosto de 2004

      Recordações

      É inacreditável... É, deveras, inacreditável...
      Ontem, numa pesquisa tardia no emule encontrei parte da banda sonora da telenovela Tieta.
      É mesmo inacreditável que certas coisas tenham tanto poder. O poder de nos transportar para a nossa infância, para tempos felizes. A data da estreia no Brasil foi a 14/08/1989. Ora, ainda k tivesse chegado cá depois, eu tinha no máximo 8 anos. Na 4ª classe (bem sei que agora há os ciclos do ensino básico, mas, pra mim, há-de ser sempre a 4ª classe). Como é a vida de uma menina na 4ª classe? Uma menina de saias, collants, vestidos de alças e totós no cabelo. Não me lembro muito bem da escola. Também não me lembro das coisas fora da escola. agora que penso nisso não me lembro de muita coisa quando tinha 8 anos. A não ser que era feliz.
      Mas, estranhamente, consigo cantarolar as músicas da tieta (e não me refiro só ao genérico) e lembro-me das personagens, das paisagens. Provavelmente nunca mais verei a Tieta. (Está decidido, vou ler o livro.)
      Às vezes, sinto um ligeiro aperto por saber que nunca mais vou ter algumas coisas das quais gosto. Sofrimento até.
      Como diz a música de Xutos (que não é tão nova assim):
      "o que foi não volta a ser
      mesmo que muito se queira
      e querer muito é poder
      o que foi não volta a ser"

      Volta

      Voltei de férias. Ainda não tive tempo p'ra recomeçar. Ler os emails todos. Fóruns. Notícias. Pôr os assuntos em dia. Desfazer as malas. Quando páro custa-me sempre recomeçar...
      Escrevi algumas coisinhas no meu caderninho p'ra depois escrever aqui. Talvez amanhã...

      sexta-feira, 6 de agosto de 2004

      Férias

      Vou de férias.
      Volto em breve.

      As horas passam, os dias passam, os meses passam, os anos passam...
      E eu, onde estou? Que compasso sou nesta valsa lenta. Qual é o meu tempo?

      Encadeamentos

      É altamente inacreditável que um dia se perceba a razão das coisas acontecerem. Mas é profundamente gratificante quando um raminho da árvore ganha forma nas nossas cabeças. Saber que o que acontece hoje se deveu a uma série de dias e noites. É reconfortante saber que quando procuramos uma coisa, queremos saber qualquer coisa, as coisas aparecem, mais cedo ou mais tarde, assim, sorrateiramente, subtilmente, sem esperarmos. E aí, felicidade, vontade rir, vontade de chorar, vontade de se agradecer sabe-se lá a quem, vontade de acreditar que as coisas têm algum sentido, que não são só acasos. É fabuloso que um momento de felicidade, de paz, de serenidade, como o que sinto agora, se deva a tantas acções, minhas e não só, a tantos encadeamentos.
      Erik Satie - Gymnopedie Nº1

      sábado, 31 de julho de 2004

      Bookcrossing

      Na 4ª feira cadastrei-me no Bookcrossing
      Hoje libertei o meu 1º livro.
      Foi "O enigma e o espelho" de Jostein Gaarder.

      "Se eu quisesse desenhar uma coisa e soubesse de antemão que essa coisa viria a ganhar vida, jamais ousaria fazê-lo. Eu nunca criaria algo que não pudesse defender-se da vivacidade dos lápis de cor..."


      "Vemos tudo através de um espelho, através de um enigma. Às vezes espreitamos pelo vidro embaciado e vemos alguma coisa do outro lado. Porém, se o vidro fosse completamente limpo, passaríamos a ver tudo mais nitidamente, mas também deixaríamos de nos ver a nós próprios."

      quinta-feira, 29 de julho de 2004

      Os 5 sentidos - Olfacto

      Ouvindo: Badly Drawn Boy - About a boy OST, Ivy - Edge of the ocean, Lamb - Gorecki e Feela.


      Vou fazer 5 post's sobre os 5 sentidos.

      Em cada um deles vou dizer o que gosto de cheirar, ouvir, saborear, ver e tocar.

      (O que uma pessoa arranja para pôr num blog!?!)


      Hoje vou falar do Olfacto. Gosto de cheirar:


      o mar, a areia, a terra molhada, o musgo, livros antigos, torradas, café, chantilly, pêssegos, gelado de menta, mel, chocolate derretido, roupa lavada, eucaliptos, limão, sandalo, pinhas, troncos das árvores, algodão doce, pipocas, vinho tinto, laranjas, flor de laranjeira, hortelã, hortelã-pimenta, pimenta, canela, erva-doce, leite do dia depois de fervido, cabelos acabados de lavar, pétalas de rosa, os perfumes que eu gosto (nao vou escrevê-los todos), alfazema, rosmaninho, alecrim, Natal, bolos no forno, relva, a minha almofada, lençóis lavados, S. Miguel, o rio, lagos, Sintra, pão quente, tosta mista, batido de groselha, cd's novos, bibliotecas, jardins com muitas flores, o Artémis, algumas pessoas...


      Bem, vou actualizando.




      quarta-feira, 28 de julho de 2004





      Spending time,
      Sinful lovers
      Losing their youth
      And trying not to fall.
      Too heavy my heart…
      Isn’t it the weirdest thing?
      Pushing harder
      And sensing my loss.
      Pursuing the magic
      In the strange path of love.
      Too empty my heart…
      Isn’t it the weirdest thing?
      Lying in memories
      Of an unbroken pleasure.
      Empty shadows
      Of a wounded love.
      Too broken my heart…
      Isn’t it the weirdest thing?
      So far, my love
      That once has grown.
      Too cruel my heart…
      Isn’t it the weirdest thing?





      Novo Blog

      Ora, tou mto contente com o meu novo blog.
      Claro que vou sentir saudades do meu antigo blog,
      que ainda lá está
      !!
      Mas, às vezes, é bom mudar, renovar, an unique makeover...
      Dado que ainda não ultrapassei a crise de identidade da adolescência ('tou ligeiramente atrasada - +-4!!!), não sei quantas vezes mais terei de mudar, renascer até. Continuo a achar que é uma coisa positiva.

      Mas voltando ao meu novo blog...

      Acho que sim, acho bem, acho que, como o 
      "you know who" referiu, está com um ar 70's, também retro, limpinho, arejado... Estou contente!!!
      E, ah, adoro o meu relógio analógico verde!!!
      Cada vez gosto mais de verde e, por incrível que isto possa parecer, de bolas! E, ora, o que não faltam no mundo são boas bolas: as bolas roteiro [ahhh, o Euro2004 (devia pôr aquela coisinha do TM)], as de Berlim (porque é que, afinal, se chamam bolas de Berlim?) (com creme, sem creme), de gelado (ui, gelado frito flambé no chinês), berlindes (ok, são bolas), de ténis (são verdesss - ok, mto amarelado, mas há algumas que têm bastante verde), também há bolas de bilhar, e mmmmm e aqueles pães, a que alguém se lembrou de chamar bolinhas, acabados de fazer, quentinhos, com manteiga dos açores (lol)...
      Frases curtas, sim, frases curtas!

      E pronto, é assim, estou feliz com o meu blog...
       
      Boa noite.



      terça-feira, 27 de julho de 2004

      Amo-te

      Tenho este texto no meu outro blog. mas estou a pensar em desactivá-lo.  Assim sendo, aqui vai.

      Amo-te A chuva parou de cair lá fora. Mas o frio entrou no meu quarto e teima em não partir. Penso em ti. No teu cheiro. No teu corpo a roçar no meu. Nas tuas mãos esguias. Na tua língua quente. Faz já algum tempo que foste embora. Mas a tua alma percorre o meu corpo em arrepios. Era tão bom. Guardo agora em mim a prova do nosso amor e um pouco de ti. Possa este pedaço de vida fazer-te viver para sempre. Tudo começou naquele dia de outono. Tu caminhavas. Passos longos e ordenados. Tac tac tac tac. Era muito bom saber que estavas a chegar. E ias entrar em casa. Dar-me um beijo. Eu tb caminhava. Os meus passos nunca foram como os teus. Curtos e sem ritmo. Como eu gostava de caminhar para ti. Era um dia típico de Outubro. As copas fechadas das árvores deixavam mostrar algumas nuvens cinzentas. O chão estava coberta de folhas secas douradas. Ambos adorávamos ouvir o som do tchac das folhas sob os nossos pés. Tantas vezes rebolámos nelas. Quais crianças que rebolam na areia num dia feliz de verão. Começou a chover. Era tão bom estar contigo debaixo da chuva. As pestanas molhadas, entrelaçadas. E nós a dançarmos, abraçados. A roupa fina colada ao corpo. Abrigámo-nos sob o mesmo carvalho. Foi a primeira vez que nos vimos. Os teus cabelos molhados pingavam na tua face. A água nos teus lábios reflectia a luz dos candeeiros do parque. Como amo ainda os teus lábios. Nos meus lábios, nas minhas costas, nas minhas pálpebras. Estavas mais lindo que nunca. Arrepiei-me. Um relâmpago brilhou no céu. Disseste 'venha'. Estendeste-me a mão e eu agarrei-a sem hesitar. Começámos a correr. Nessa altura eu não sabia que corria para o amor. Com a minha mão na tua era como se não houvesse mais nada. Abrigámo-nos numa gruta, onde estava um santuário. Estavamos encharcados. Olhámos um para o outro. Desatámos a rir. Era tão bom rirmo-nos juntos. Fazíamo-lo muitas vezes e, em cada uma delas, eu tinha a certeza que eras tu. Até ao fim. Parou de chover. Eu agradeci e despedi-me de ti. Passou muito tempo até voltar a ver-te. Voltei muitas vezes àquele parque, talvez na esperança de te encontrar, ainda que não soubesse para quê. Mais tarde contaste-me que também foste lá muitas vezes à minha procura. Quis a terra que não nos encontrássemos...

      ...Até àquela noite de Outubro.
      Era de noite. Estava à beira do lago a olhar para o reflexo da lua cheia. O mesmo lago e a mesma lua das nossas noites de poesia e de beijos. Levantei o olhar na tentativa de ver o rosto que se espelha nas águas mortas do lago. E lá estava ela - calma e serena. Tornei a olhar para o seu reflexo no lago. Assustei-me. Foi o teu reflexo que eu vi. Ainda hoje volto ao mesmo lago na esperança de te ver. Pediste-me desculpa, disseste que não pretendias assustar-me, que estavas de passagem. Que viste o reflexo da lua no lago e quiseste ver mais de perto. Como resistir ao teu olhar? Naquele momento percebemos que nos conhecíamos. Não dissemos nada. Sentaste-te a meu lado. Ficaste até ao nascer do sol. Como era bom passar todas as noites a teu lado... Combinámos encontrarmo-nos naquela noite. Era incrível a capacidade que tínhamos de nos atrasar. Chegaste. Um vulto negro numa noite clara. Deste-me a mão e caminhámos sem rumo. Perguntaste-me o nome, disseste que era lindo. Apesar de ambos sabermos que era só um nome. Adorava que me sussurrasses ao ouvido. Voltámos ao santuário onde nos tínhamos abrigado na primeira vez. Demos no nosso primeiro beijo, abençoado. Como eram bons os nossos beijos. E ficámos ali, abraçados. Do que sinto mais falta são dos teus abraços. Conversámos a noite toda. Sinto tanta falta das nossas conversas. De como nos apoiávamos. De nos rirmos. De passarmos as noites em silêncio. Disseste que eu era linda. E eu sabia que eras tu que me tornavas linda. Transbordavas beleza e amor. Emanavas amor por cada poro do teu corpo. Foram tantas as vezes em que não adormeci, só para sentir o teu corpo ao meu lado, perto de mim. Muitas vezes acreditei que o brilho da lua vinha do reflexo do teu brilho nela. Como resistir a um brilho assim? Estrela filha de uma estrela maior. Brilhavas com o brilho resplandecente do amor. Amei-te. Ainda te amo.
       

       

      segunda-feira, 26 de julho de 2004

      Vácuo

      O prazer que pensei poder sentir esvaiu-se, agora, em sangue... As outrora lágrimas que podiam escorrer na minha face secaram, agora, p'ra dar lugar ao vazio... As gargalhadas, que antes eram fortes e vigorosas, deram a vez ao silêncio... Emudeceram juntamente com o brilho do meu olhar... A dor deu origem ao vácuo...